Esse post é quase um oferecimento
desse daqui, da Anna Vitória. Na verdade é uma continuação. Na verdade é sobre
o que eu pensava em quanto eu lia, porque eu estava junto na situação da festa
que ela citou e fui eu a menina que tive a coroa quebrada por um babaca que eu
não estava afim de beijar.
Pausa para procurar a lógica
A Anna elencou no texto dela uma
série de coisas que pode querer dizer que uma mulher está afim ou não está
afim. Achei curioso que um dos itens do “está afim” diz que a mulher beija
primeiro. Morri de rir, porque na minha vida isso é muito verdade. Na ~vida
real~ eu sou bem palermona, fico esperando o cara me beijar quando quiser. Na
balada, se ele deu o sinal e foi educado chamando pra conversar, é bem provável
que eu seja a responsável pelo primeiro beijo.
Vamos recapitular o que eu acabei
de dizer ali em cima: se ele deu o sinal
e foi educado. Não vou mentir não. Já teve vezes que o cara me olhou, eu
olhei, dei a entender com o olhar, então ele me puxou e me beijou e nos
divertimos em meia hora de beijos que terminaram com a troca de nome, telefone
e nem mais meia palavra foi dita. Acontece. Mas no geral, é de outra forma que
eles conseguem o beijo. E falo isso não só por mim: minhas amigas pensam muito
igual. Mas vou ilustrar um causo vivido por mim pra que todo mundo entenda.
Era uma balada de sertanejo.
Tinha acabado de chegar e um carinha veio me tirar pra dançar. Ainda não estava
na vibe e, na verdade, estava tentando mirar em um outro. Neguei a dança e
agradeci. Horas depois eu estava no meio de minha amiga e sua prima, encostadas
na cerca do camarote. Do nada, dois homens desceram do camarote e cada um deles
beijou uma delas. Eu fiquei parada, no meio, observando a cena e com muita
raiva (recalque é humano e os dois eram lindos). Acontece que eles beijaram
elas e desapareceram. Elas foram correndo atrás dos caras no meio da balada pra
ver qual era. Me enchi de razão e fui atrás também para avisar que estava indo
embora. Foi quando fui interceptada pelo carinha lá do início, que me
perguntou, mais uma vez, se agora eu gostaria de dançar. Olhei pra cara dele,
pensei melhor na vontade de ir embora e disse que sim, eu dançaria com ele, mas
seria só isso. “Nem tente me beijar”, disse eu. “Pode deixar!” disse ele, com
um sorrisão.
Não tinha 5 minutos que estávamos
dançando e eu beijei o menino. Por que? Porque ele me respeitou. Porque ele
aceitou o primeiro não, porque foi carinhoso e simpático quando, horas depois,
tentou de novo. O primeiro não era não mesmo, não era talvez. Naquele momento eu não
queria dançar com ele, mas depois me deu vontade. E ele quis dançar comigo
mesmo quando eu disse que não ia ter beijo. E ele me fez rir, porque se
apresentou, perguntou meu nome, falamos da vida. E ele tinha um sorriso tão
doce e era tão legal que ele conseguiu o beijo que ele queria – e muitos
outros beijos a mais.
Minhas amigas, no fim das contas,
deram com os burros n’água porque os homens do camarote eram daquela raça
maravilhosa citada lá em cima e tinham, ambos, namoradas. Mas elas sacudiram as perucas e foram dançar e se
divertir lá pra perto da pista, enquanto eu fiquei pelo menos mais
umas 2 horas conversando sobre a vida e beijando um cara que me divertiu pelo
resto da noite. Não demos em nada depois disso e nem era a intenção, mas foram
2 horas deliciosas.
É assim que se ganha um beijo –
mas ainda não é garantia, tá? Às vezes você pode ser simpático, ela pode dançar com você,
ela pode bater altos papos sobre a vida com você e o beijo não vai rolar.
Ninguém tem a obrigação de beijar ninguém se não quiser. É isso que está
faltando ser entendido na cabeça de muitos, aparentemente. Nós, mulheres, não
estamos sempre caçando. Não são vocês que farão a diferença na nossa noite.
Nessa festa citada pela Anna, eu acabei beijando um cara. E ela beijou um
também. E sabe o que aconteceu? Paramos de beijá-los quando tocou uma música
muito ótima que queríamos muito dançar. Eles ficaram assistindo enquanto a
gente se divertia e depois voltamos a eles, porque queríamos. E porque eles
entenderam que nossa diversão entre amigas estava em primeiro lugar. É assim
que você pega uma mulher na balada: se ela quiser ser pega e se você souber se comportar.
Estamos todos entendidos? Fico orgulhosa.
Amiga, sabe que por muito tempo eu me achava ~difícil~. As pessoas falavam "nossa, Anna, mas você é exigente, você é difícil, você é muito brava, noooossa" e eu meio que achava que era assim mesmo. O problema tava em mim. Levou um tempo pra eu perceber que não era eu a difícil, mas o nível dos caras que era ruim demais demais demais. Porque se o cara for educado, eu vou ser legal com ele, ainda que não queira nada. Vou sorrir, fazer gracinha, falar sobre signos, às vezes até beijar. Tudo começa com ele sendo EDUCADO. Gente, decência faz milagres, não é mesmo? E mesmo assim os caras não conseguem ser decentes. A gente nem devia celebrar os educados, ninguém devia ganhar parabéns por ser uma pessoa razoável, mas esse é o mundo em que vivemos.
ResponderExcluirE amei muito você recordar nosso episódio da Mariquinha, pois que momento maravilhoso em nossas vidas, né? Jamais vou esquecer a gente de braço dado, numa performance muito emocional, sendo as mais retardadas do rolê, e os moços encostados na parede, observando. A gente <3
Por mais noites de Mariquinha e menos coroas quebradas!
Te amo!
E essas Taylor's ♥♥♥♥
ResponderExcluirbeijinhos, Bru
Mania de Bruna
@ManiaDeBruna
Tô achando o máximo esses textos ainda mais porque só vejo verdades ali. Eu quase nunca saio de balada e nas poucas vezes que fui não peguei ninguém, nem porque eu não queria, mas porque realmente não tinha ninguém que valesse a pena. Graças a Deus nunca passei por nenhuma situação horrível como a de vocês e a parte mais triste é saber que isso é mais comum do que a gente pensa!
ResponderExcluirMas tá certinha, por mais que existam mulheres que gostem de caras mais "chucros" acho que até eles tem que se comportar como gente pra ganhar essas minas né?
Enfim...
Cê é foda, apenas <3
beijo!
Eu sei que não sou lá a pessoa com mais experiência nesse sentido, e talvez eu tenha ficado um tanto surpresa com a quantidade de coisas que eu vi nessa festa. Eu sabia, obviamente, que homens conseguiam ser babacas como ninguém e também conseguia imaginar o que as mulheres tinham que enfrentar quando saiam de casa pra dançar. Só que eu nunca imaginei que numa mesma balada eu veria a coroa de uma amiga sendo quebrada, outra sendo ameaçada e seguranças sendo chamados porque BABACAS. NÃO. TÊM. LIMITES. É absurdo que eu veja tão pouco disso quando saio acompanhada, e é muito errado também, porque outros homens não deviam respeitar a gente só porque tem um macho do lado. Nós também somos pessoas e, veja só, também merecemos respeito e ver que isso é, aparentemente, uma coisa difícil de entender me assusta demais. Mas enfim, vida que segue.
ResponderExcluirte amo <3
Falou tudo e falou lindamente <3
ResponderExcluirEu, em geral, só me deparo com babaca em festa e por isso tenho o hábito de terminar a noite no zero a zero ou com ressaca moral. O zero a zero é muito melhor, então adotei como resultado desejável da noite na minha vida. Mesmo porque normalmente minha intenção geralmente é me divertir com as companhias que eu levo de casa e eu não costumo ter muita paciência pra papos longos meio nada a ver com gente aleatória. Mas aí sábado... hehehe. Acabei conversando um tempão com um guri muito bacana (que também me esperou enlouquecer em uma música com as amigas no meio do caminho) e foi ma-ra-vi-lho-so. Nem trocamos contatos, mas valeu a noite e me fez reformular a política do zero a zero obrigatório na balada. Tô feliz da vida até hoje.
Amo você <3
Não sou muito de ir em balada, mas quando vou sempre acontece alguma coisa nesse nível. É incrível como ~ozomi~ não conseguem se situar, ficar de boa! Se não tô com vontade de beijo, não vai ter beijo e pronto, não adianta ficar com raivinha, tentando me forçar. E COMO ASSIM era você a mocinha da coroa no outro post! Gente, que mundo é esse onde a noiva e as amigas não podem festejar de boa, na tranquilidade? UGH, me ferve o sangue.
ResponderExcluirUm beijo!
And that's how it works... That's how you get the girl! HAHAHAHA, você como sempre, escrevendo textos maravilhosos!
ResponderExcluirSabe o que mais gostei nesse post: o fato de que tive o privilégio de ouvir essa história da balada sertaneja pessoalmente contada por você lá no nosso apê! Que saudade!!!
ResponderExcluirMas falando do post, eu acho tão difícil arrumar gatinhos na balada. Sei que é esquisito dizer isso quando a maioria das pessoas beija nas baladas, mas sei lá...acho que normalmente está escuro, a gente não vê a pessoa direito, na maioria das vezes os caras estão bêbados com cheiro de cerveja...acho que sou muito fresca mas, na maisor parte das vezes, vou pra baladinha só pra curtir mesmo. E né, #saudadescoroadeAnalu
Saudades! Beijos
Te amo!
Um texto até didático hehe. Fica difícil não entender a diferença depois destes exemplos vividos por você. Eu sei que na balada ninguém está procurando o príncipe encantado (algumas sim vai), mas temos o direito de não beijar alguém, porque por mais incrível que isto pareça, algumas pessoas vão pra noite só pra curtir mesmo e não pra pegar alguém. Infelizmente é muito difícil que os homenzinhos de merda entendam isso. Por isso, mas não somente por isso, eu não curto baladas "tradicionais", e nos ambientes que frequento as chances disso ocorrer são bem baixas.
ResponderExcluirÉ tão triste como ainda somos tratadas como as que têm q aceitar apenas pq o homi quer e se ele quer nooossa temos muita sorte.
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