“A gente não tem como saber se
vai dar certo – mas a vida não tem sentido se não for pra dar o salto”. Quem
disse isso foi Antônio Prata e eu devia copiar na cabeceira da minha cama pra
ver se, olhando pra frase todo dia, eu tomo vergonha na minha cara. Vou
explicar melhor o que vocês já devem ter cansado de perceber: eu não sou uma
pessoa que salta.
Uma vez, em uma aula de expressão
corporal no teatro, a professora, uma gênia com pós graduação em psicologia
corporal (sim, eu convivo com esse tipo de gente!) me analisou em 5 segundos de
caminhada e disse que eu pisava firme demais, como quem não quer perder o chão
de forma nenhuma. Não que eu não sonhe, sonho muito. Mas como minha terapeuta
já entendeu em pouquíssimas sessões, se eu fizesse 1/3 do que eu penso ou sonho
eu seria uma pessoa incrível.
Eu tenho medo de sair do chão.
Chão é firme, dá uma falsa segurança, pra que vou correr o risco de sair dele?
Aí é que está: aparentemente a vida não tem nenhum sentido se não for pra dar o
salto.
E o que é dar o salto? É ter
coragem. Como disse a minha amiga ontem, “Impossível” é o sobrenome do medo.
Tudo parece difícil demais e maluco demais quando a gente se esconde atrás da
gente mesmo. “Não deixe seus medos decidirem por você”, diz o meu calendário. “Vá
com medo”, digo eu mesma para mim mesma há muito tempo. E a prática, cadê?
Uma vez, uma outra amiga minha
disse (eu tenho amigas ótimas) que todo mundo precisa, de vez em quando, de 5
minutos de coragem insana. Talvez sejam esses minutos que tomem conta do nosso futuro. “As
pessoas frequentemente se esquecem que é nossa própria escolha como passaremos
o resto da vida”, fica ainda registrada mais essa outra quote enviada pela amiga do parágrafo acima.
Conversas sobre como dar esse
salto, vocês perceberam, andam rolando bastante. Descobri que não sou só eu.
Claro que não sou. Tenho um monte de amiga que já passou dos 20 e continua
engolindo em seco e deixando as vontades passarem ao invés de fazer uma travessura
ou outra. Medir consequências demais em ações complicadas de menos nunca levou ninguém a lugar nenhum. O fantasma
não costuma ser maior do que a gente imagina – geralmente, inclusive, ele é menor.
Vocês estão lendo esse texto, mas
escrevi para que eu mesma lesse. Incansavelmente. Se seu currículo vai ser ignorado? Se o menino
vai fingir que nem leu seu e-mail? Se a piscina estará gelada demais quando você cair? Se
a agulha da tatuagem vai doer muito? Olha, realmente, não tem como saber se a
gente não tentar. Se der errado, tudo bem também. Existem outros empregos,
outros meninos, outros e-mails, outras piscinas, outras dores mais doídas e até
um gelinho pra gente passar no machucado depois. Só não existe, ainda, outra
vida totalmente nossa para a gente dar um jeito de consertar nossos “e se eu
tivesse mandado/e se eu tivesse pulado/e se eu tivesse encarado/e se eu tivesse tido coragem?”. E se eu tivesse arriscado?
“Já passamos dos 20 anos. Está na
hora de aprender a correr uns riscos.” Vamos?
Meu bem, se esse é o texto que não faz sentido, então sou um gênio e aquela minha teoria está perfeita maravilhosa e absolutamente certíssima. Que texto maravilhoso <3
ResponderExcluirO pavor é horroroso e às vezes chega a dar um nó nas tripas, mas depois que você abraça ele e pula, a sensação pode até ser gostosa. Estou tentada a pensar que depois de algum tempo, se você treinar o suficiente e souber lidar com a aterrissagem (muitas vezes desastrosa), pode ser até viciante. Eu acho até que já esqueci o último tombo e tô querendo saltar de novo.
“As pessoas frequentemente se esquecem que é nossa própria escolha como passaremos o resto da vida” > quero escrever uma parede inteira disso, pra ver se internaliza. Mas o seu texto eu com certeza vou imprimir e deixar em algum lugar bem visível.
Te amo muito, e muitos pulos pra você <3
"É melhor se arrepender de ter feito do que se arrepender de nunca ter tentado."
ResponderExcluirA quote provavelmente tá errada, mas o sentido permanece. Levo pra minha vida, apesar de não praticar com frequência, ops. Quero dar alguns (muitos) saltos em 2015.
Estou pensando seriamente em imprimir esse texto e colar no meu mural pra eu nunca me esquecer que a gente se a gente não sair da nossa zona de conforto, a gente nunca vai ter a vida que sempre sonhou. Quando a poeira do inferno astral baixou, eu comecei a pensar muito nisso. Que se a gente não arriscar, a gente nunca vai sair do cantinho em que estamos agora e, por Deus, eu não quero viver a vida toda parada no mesmo lugar. Ontem, enquanto a gente conversava, eu só conseguia pensar no nosso lema geral de fim de ano. "Se der medo, vai com medo mesmo". Eu te falei isso, inclusive, mas é tão mais fácil falar do que realmente fazer. Porque é fácil a gente se perder depois que a euforia passa e a vida volta pros trilhos e vai indo em linha reta, sempre constante. Uns altos, baixos, vlw flw, mas nada que noooooooooooooossa vá mudar nossa trajetória tanto assim. Eu acho que você começou muito bem, já chutando seu medo de agulha pra lá e enfrentando uma tatuagem que, papariquices à parte, ficou maravilhosa; mas não para. Continue enfrentando, continue fazendo a sua vida exatamente como você quer que ela seja, porque quem quer mesmo corre atrás - com medo ou sem. Então pode me dar a mão e vamos. Tenho certeza que a gente chega onde a gente quiser chegar.
ResponderExcluirte amo <3
Primeiro de tudo, você já é uma pessoa incrível. Talvez se fizesse 1/3 do que pensa seria outra pessoa, mas incrível você já é.
ResponderExcluirSegundo de tudo: sim, temos amigas ótimas. É muita sorte pra uma só vida <3
Terceiro de tudo: você vai pro meu mural AGORA.
Quarto de tudo: sim, vamos. Sempre juntas, né? Na dor e nos riscos que a gente vai correr daqui pra ver.
Não sei o que seria de mim sem você pra me salvar de pilhas erradíssimas na madrugada, Banana <3
Amo muuuuuito você!
Olha, eu não sei como nem quando isso aconteceu, mas de repente você se tornou especialista em escrever pra mim. Eu provavelmente pensei o seu quarto parágrafo inteiro nos últimos dois dias e, sei lá, não existe nada no mundo que me defina mais nesse exato momento que essas palavras. Por que a gente é assim, hein? A gente e cheia de sonhos e de planos e de objetivos, mas completamente falhas na hora de fazer qualquer coisa a respeito. Confesso que nos últimos tempos, com a minha mudança e tal, eu talvez tenha dado algum salto, mas com certeza foi muito maior que as minhas pernas, muito maior que meu medo de altura. Não é à toa que eu to doidinha pra voltar pro meu chão, seguro e previsível. Eu topo correr uns riscos, topo sim, mas não sei se aprendo a viver com eles. Mas vamos, amiga, de qualquer jeito, mas vamos!
ResponderExcluirTe amo <3
Ps.: ONDE estavam Tarine e você pra me salvarem juntas da pilha que eu estava, sem saber, ao mesmo tempo que vocês? Gente, me salvem também, que não quero afundar sozinha!
Ai, amiga, esse texto precisava ser escrito. E eu precisava muito ler isso. Obrigada! <3
ResponderExcluirQue aprendamos, de uma vez por todas, a dar nossos saltos e confiar no poder do gelol, se der tudo errado, hahahaha!
Bjs!
É meio difícil não se sentir velha ao ler: "já passamos dos 20" (eu tô quase entrando nos "enta" For God's sake), mas vamos lá: já que sou a velhotinha desse grupo, me vejo no dever de alertar que: VOCÊ DEVE SALTAR SIM! O QUANTO ANTES POSSÍVEL!
ResponderExcluirO tempo passa muito rápido, muito mesmo. Quando a gente tem vinte e poucos pensamos: "ainda temos muito tempo", mas a verdade é que esse tempo passa rápido e quando nos damos conta: passamos dos 30, dos 40 e cadê os sonhos, desejos, realizações? Não que a gente deva também sair como doidos fazendo besteiras sem pensar, mas não podemos deixar tanta coisa pra depois.
Minha vida é um completo arrependimento! Me arrependo de tudo o que não fiz por medo de errar, por medo de magoar meus pais, por medo de magoar as pessoas ao redor, por medo de não dar certo. E hoje tô aqui, numa situação que não tem nada em comum com o que eu queria lá nos vinte e poucos. Claro que às vezes não depende só de nós, depende de muitas circunstâncias externas que não está ao nosso alcance mudar (eu não planejava ter depressão e pânico no auge da minha juventude, por exemplo, e por conta disso ficar muito tempo em casa a base de remédios) mas tem muita coisa que podemos mudar sim, enquanto ainda temos disposição, saúde, planos e jovialidade! Medo é normal, todo mundo tem e ele é bom afinal de contas, mas sempre que possível, tente vencê-lo.
Eu acho que você já chegou bem longe na vida e com certeza ainda vai ter muitas aventuras e realizações pintando no seu caminho, mas se precisar de um empurrão, conte comigo...tenho força e empurro mesmo, sem dó nem piedade! :-)
Beijos minha querida <3
(E pode chamar quando estiver pilhada na madrugada. Se eu estiver acordada como ontem e puder ajudar...estou sempre por aqui!)
Lindo Nalu, acho que todo mundo precisa de um texto como esse de vez em quando na vida né? Esse teu desabafo me lembrou meus tempos de Dublin e quantos pulos eu dei e quantas vezes eu dei com a cara no chão, mas ainda assim são as lembranças que eu guardo com mais carinho! Acho que tô precisando fazer isso de novo hahah só que dessa vez tentando pelo menos aterrissar e chegar inteira!
ResponderExcluirMaravilhosas as palavras, só pra variar né? Haha
beijo!
Amiga, vamos sim. Me dá a mão, fecha os olhos e vamos! Nos devemos isso. Devemos arriscar mais, abrir mão das coisas que nos seguram nesse chão, que até pode ser seguro, mas no fim das contas é sempre o mesmo chão. Eu sei que a gente quer mais, então a gente PODE ter mais.
ResponderExcluirTe amo <3
Acho que também preciso colocar essa frase em algum lugar onde possa ler sempre - sei bem o que é ficar presa ao chão por medo do desconhecido. Sempre fui muito certa nas minhas coisas, abominava loucuras e não ter uma rotina me agonia. Pois é, eu sei, coisa de gente maluca, haha. Entendo direitinho o que você escreveu, sei que preciso me deixar levar mais vezes, arriscar mais vezes, mas o conhecido é tão confortável, não é? O jeito é tentar respirar fundo e arriscar um pouquinho por dia, até o desconhecido e novo não parecer tão assustador. Você consegue, Analu! E acho que eu também. (:
ResponderExcluirPreciso dizer ou hoje posso só sentir?
ResponderExcluirTá, eu vou dizer.
(lógico que eu vou dizer, você me bateria se eu não dissesse)
Queria dizer que eu sei. A gente, sabe, né? Eu sei que é difícil, meu Deus, eu sei como dói. Eu tenho pavor de pular. E acho que só piora com a idade. Estamos, sim, passando da hora de correr riscos, pular, quebrar a perna no meio do caminho - mas acho que quanto mais a gente espera, mais a gente vai vivendo e vê como dói cair. Se a gente não soubesse da dor, ou ao menos não pensasse muito nela, estaríamos lindas saltando de bungee jump das montanhas todos os dias, né? SDDS!
Eu acho os cinco minutos de coragem muito importantes, mas mais relevantes que eles são essas palavras que a gente vomita disposta a tentar. É um manifesto isso, dizer pro mundo que olha, tô fazendo minhas contas e vai dar certo e se não der demorou é noix e vamo que vamo.
Vamos sempre, amiga.
Obrigada por existir <3
te amo