quarta-feira, 29 de outubro de 2014
Perdemos
domingo, 26 de outubro de 2014
It’s a new soundtrack I could dance to this beat
Era perto de 1 da manhã quando um ser humano abençoado me mandou, no twitter, o link para baixar a pasta .rar do álbum, versão deluxe. Dei pulinhos. Contei os pontos percentuais diminuindo para que eu finalmente escutasse esse CD. Abri a pasta e comecei animadíssima com “Welcome to new York”: Oba! Como começa animado! – concluí.
sábado, 25 de outubro de 2014
Meu vestido cor de rosa
Minha mãe é um ser humano engraçado. Ela é do tipo coruja nível regular, sabe? Daquelas que posta foto minha com homenagem no facebook, quando dá na telha, mas que sabe apontar meus erros e não passar a mão na minha cabeça – nem quando estamos sozinhas, nem na frente dos outros. E ela não é do tipo nostálgica acumuladora. Está aí um dos nossos grandes atritos emocionais, daqueles do tipo que certamente vão me colocar na frente de um psicológo que me dê certeza de que a culpa é da mãe, sempre.
Tenho uma tia coruja que tem desenhos de quando eu era criança. Cadernos de bobagens que eu rabiscava. Se bobear, ela tem guardados textos que eu escrevia pequena. Ela tem cartinhas em uma caixa e até, pasmem, uma toalhinha de rosto que eu pintei no jardim 1. Era presente de dia dos pais, mas os meus certamente acharam a toalha esquisitinha. Minha tia não. Se encantou com ela e sempre põe no banheiro quando eu vou pra lá.
Minha mãe é ótima, mas não se preocupou em guardar desenhos, nem cartinhas (deve ter uma ou duas), nem presentinhos de dia das mães da escola e fez o favor de tornar possível que sumisse um disquete (sim) de textos que eu escrevia no computador quando era pequena. Gente, olha a veia de escritora (aham, sdds): aos 8 anos eu escrevi um texto de 10 páginas! Aquilo era o orgulho da minha vida. Passei meses no word. Era a história de uma menina que ganhava uma irmãzinha e viajava pra Disney. Lembro até agora do meu ótimo senso criativo – as bisavós da protagonista se chamavam: Holanda, Rússia e Itália – e do meu pouco conhecimento biológico – a gravidez da mãe dela durou 1 ano. Não acredito que perderam esse disquete. Se fosse uma cria minha escrevendo essas maravilhas eu faria no mínimo 10 backups. Não é todo dia que se tem a chance de usar o trem desses em um discurso na formatura – claro que serei dessas mães que discursa.
Mas a história nem era sobre isso. A história é que minha mãe não guarda as nossas coisinhas nostálgicas e, como a minha família é enorme, nossas roupas e mantas sempre foram passando para os primos que iam nascendo, de forma que nem minha manta da maternidade eu tenho. No meio dessa confusão toda, escapou um vestidinho. Um vestidinho cor-de-rosa de bolinhas que, segundo a progenitora, foi o primeiro vestido que eu usei na vida.
Ele é tão fofo e tão pequeno que eu, que já corujo meus futuros filhos antes mesmo deles sonharem em existir, mal posso imaginar vestir nele a minha menina. Estou aqui, agora, na verdade, imaginando que tipo de reflexão você leitor está esperando dessa lenga lenga toda. Sinto muito: não vai ter nenhuma. A verdade pura e simples (que raramente é pura e nunca simples, segundo Orwell) é que eu precisava postar por causa do desafio 7 dias 7 crônicas que vira e mexe eu e a Anna resolvemos fazer. O texto tinha que sair antes da meia noite e já passou das 23h. Eu não tinha tema nenhum, de modo que recorri ao grupo “642 coisas sobre as quais escrever” no facebook, sorteei o número 45 e nele estava escrito “Uma peça de roupa que guardou como lembrança”. Aí eu lembrei do vestido. E resolvi que tentaria tirar algo em relação à falta de nostalgia da minha mãe e o vestido cor-de-rosa. Não consegui, mas saiu isso aqui. Será que dá pra ser considerado uma crônica? Eu sou uma fraude.
sexta-feira, 24 de outubro de 2014
Crème Bruleé
Se você é da mesma geração que eu e passou parte da adolescência cantando High School Musical (nem adianta negar, tô de olho) você lembrou do registro. Sim, no meio de Stick with the status quo, aquela coreografia gigante envolvendo mesas e cadeiras na cantina, no primeiro filme. Um dos personagens fala que sair do seu status quo seria assumir que gosta de cozinhar e que faz Crème Bruleé muito bem.
Eu nunca esqueci o tal do Créme Bruleé. Fui vivendo caminhando e cantando e seguindo a canção e de vez em quando lembrava do negócio que eu nem sabia direito o que era – mas que tinha um nome incrível e certamente parecia apetitoso.
Tenho uma colega de trabalho muito chique. Já rodou a Europa inteira, seus filhos são meio brasileiros meio franceses e ela é apaixonada pela França, de modo que resolveu comemorar seus 63 anos em um restaurante francês. Lá fui eu. Depois de uma champirinha e de um risotto de camarão com brie maravilhoso, qual não foi minha alegria quando abri o cardápio de sobremesas e dei de cara com ele. Majestoso. O crème bruleé.
Nem tive dúvidas. Pedi. E o garçom veio com ele e tostou na minha frente! Saiu aquela fumaça cheirando a açucar e eu senti ali que meu destino sobremesístico com a mousse de chocolate estava em perigo. Quando bati a colher na casquinha queimada e aquilo trincou, quando botei a primeira colherada do tal creme na boca, foi ali que eu descobri que nunca mais posso viver sem isso.´
Eu comi Créme Bruleé. Anos depois de ter ouvido falar dele no High School Musical. E só posso dizer que estou profundamente apaixonada. Só de pensar lembro do cheirinho do açúcar e da textura da casquinha rachando. Não acredito que passei tanto tempo distante dessa iguaria; perdemos 22 anos de amor.
quinta-feira, 23 de outubro de 2014
Sobre o mês em que o Google me sugou
Aparentemente todo ser humano consciente sabe que uma das regras primordiais da internet é que não se entra no google para pesquisar sobre problemas de saúde. Eu me julgava coerente. Me julgava sã. Até o dia que resolvi pesquisar uma bobeirinha relacionada a isso e o google me sugou.
Se tenho vergonha de contar? Nenhuma. Vai que serve pra alguém que também esteja no vórtice errado, né? Então. Eu joguei “dor nas costas” no google. E descobri que, muito além do peso da minha bolsa dia após dia ou a falha na postura, eu poderia estar com câncer de pulmão. Ou quem sabe, nos ossos, mas esse eu consegui descartar porque aparentemente só se tem câncer nos ossos na infância. Fui no ortopedista tremendo de medo pensando que ele ia me internar direto. Ele disse que era dor muscular e me passou alongamentos.
Pensam que eu me contentei? Óbvio que não. Viciei na história e comecei a jogar a mãe no google. Comecei a ficar tão maluca que fui parar no ofalmologista (pra escutar que minha visão e todos os meus exames oculares estão mais que perfeitos, graças a Deus) e quase desmaiei de medo dentro de casa quando minha irmã falou que eu tava com roxos a mais que o normal. Eu sou estabanada e vivo roxa. Nunca me importei com isso, mas nas atuais circunstâncias, certamente era treta. Podia ser falta de vitamina K. Podia ser anemia. Podia ser leucemia. E eu deixei o pânico tomar conta de mim.
E eu descobri qual é a do google. Ele é o Datena. Ele te assusta tanto e te oferece tantas possibilidades de treta (se não for uma doença, certamente é aquela outra ali) que você perde o prumo e chega num nível que tem certeza absoluta de que alguma coisa você tem; que não tem chance nenhuma de você ser… saudável.
Eu descobri que existem dois tipos de pavores na vida. Eu tenho um primeiro pavor, que é o de agulha. Fujo de exame de sangue igual o diabo da cruz. E eu conheci o segundo pavor: o medo de ter alguma coisa séria, que colocou o primeiro no chinelo e me fez decidir fazer um exame de sangue por minha conta em risco, sem ordem médica nenhuma, só para saber o que de tão errado andava correndo nas minhas veias.
Eu não tenho nada. E eu estou tão, tão feliz. Nunca mais na vida eu entro no google. É um compromisso com a minha sanidade. Eu se fosse vocês faria exatamente o mesmo. Grata pela atenção.
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
Já pode acabar
- Nesse texto você NÃO leu que: Estou defendendo um dos dois. Estou criticando um dos dois. Estou botando o dedo na cara de você que vota em um ou em outro. Estou dizendo que meu voto não é consciente. Estou largando mão do Brasil.
- Portanto: Se vier discursar contra ou a favor de um ou de outro na minha caixa de comentários eu vou mandar passear, vou logo avisando. Se na rede social tem democracia, aqui quem manda sou eu e não quero saber de politicagem no meu canto. Obrigada.
terça-feira, 21 de outubro de 2014
Cocadas, palhaços e agulhas
“O que seria do azul se todos gostássemos do amarelo?” Repetia a minha tia, sempre que eu e minha irmã cismávamos em perder horas a fio com alguma discussão infundada que nascia na preferência de uma sobre alguma coisa que a outra não gostava. Não é novidade para ninguém que as pessoas são diferentes e, mesmo assim, o ser humano vive caindo na besteira de se apavorar frente a escolhas/ações bestas de outrem que sejam completamente diferentes das dele.
Minha avó faz uma cocada divina. E não que eu não goste da cocada hoje (gosto sim e como muitas) mas é que quando eu era criança a minha relação com a cocada era praticamente transcendental. Eu olhava para o pote e chorava de amor. A hora da sobremesa era sempre a melhor do dia, quando eu podia, finalmente, sentar com um prato e comer quantas cocadas eu quisesse. Só que eu sempre fui uma pessoa que pensa muito mais do que devia, de modo que minha tranquila vida infantil de comedora de cocadas mudou rapidamente para um inferno mental quando uma das minhas primas disse que odiava cocada.
Eu me lembro nitidamente de estar sentada com um prato de cocadas na mão, a testa toda enrugada, mastigando a iguaria e matutando por minutos a fio how on hell alguém podia simplesmente odiar cocada? Aquilo era a melhor coisa do mundo.
Pensava, pensava, pensava e não chegava a conclusão nenhuma, de modo que a teoria que mais me pareceu coesa no momento era que as coisas tinham gostos diferentes para as pessoas. Imaginei que, judiação, para a minha prima, de certo a cocada tinha gosto de brócolis. Eca. E concluí: dei muita sorte, para mim a cocada tem gosto de cocada mesmo.
Vejam bem, foi mais fácil assumir para a Analu de 8 anos que a cocada e o brócolis trocavam de gosto para algumas pessoas do que simplesmente aceitar que, olha só que coisa, tinha gente que não gostava do gosto (tão maravilhoso!) da cocada. Da cocada da vovó, ainda por cima, poxa vida.
Dou risada sozinha só de lembrar dessa filosofia de boteco toda que eu martelava na minha cabeça só porque alguém não gostava de cocada, mas o fato é que por mais que tentemos assumir que as pessoas são simplesmente diferentes e pronto, tem sempre algum detalhe que nos deixa chocados. Principalmente quando as pessoas desgostam das nossas coisas favoritas ou... quando falamos de medo.
Minha prima não gosta de cocada. A Taryne odiou “As travessuras da menina má”. A Anna tem birra com Imagine Dragons. Minha irmã morre de medo de avião e eu já conheci uma menina que tinha pavor absoluto de palhaços. Uma adulta, tá? Eu conto.
Uma vez, no festival de Teatro infantil da escola, montamos uma decoração enorme e colorida no foyer... cheinha de palhaços. Eles eram muitos. Pequenos e grandes, mais ou menos vintage, alguns mais coloridos que outros. Toda hora que eu passava lá eu parava para ver como tinha ficado fofo. Até o dia que vi uma aluna de 18 anos passar chorando e de olhos fechados por ali, enquanto tudo o que queria era o direito de ir até a cantina sem se deparar com 81273 palhacinhos na sua frente. Acho justo, acho que cada um tem seus medos, mas absolutamente não consigo entender.
Assim devem ter se sentido todas as pessoas que me presenciaram, mesmo que rapidamente, ontem, no laboratório, onde eu estava para fazer exame de sangue. Aquele ambiente inóspito, branco e com cheiro de álcool. As pessoas chegavam, pegavam senha, faziam o cadastro, sentavam na sala de espera com uma revista, entravam na sala ao ouvir seus nomes e saíam tranquilas e leves, com o braço esticado normalmente, e pegavam um cafezinho.
Eu não tinha dormido à noite. Me encolhia na cadeira enquanto minha mãe pegava a senha. Não tinha levado NEM CELULAR comigo, porque, vejam, sabia muito bem que não conseguiria fazer absolutamente nada na sala de espera além de olhar para o além e rezar para demorarem a chamar meu nome. Quando me chamaram caminhei chorando até a sala, um choro legítimo, de quem está realmente se trancando de tanto medo, agarrada no braço da minha mãe. Deitei na maca (sim, porque não tiro sangue sentada jamais) e me encolhi de chorar. A enfermeira, tranquila, veio com o torniquete pra cima de mim e eu tirei o braço soluçando. Ela disse que não estava fazendo nada, nem agulha na mão ela tinha. Pedi para chamarem outra pessoa para segurar o meu braço enquanto ela fazia o serviço, senão eu ia tirar. Ela, ainda tranquilíssima, disse que dava conta sozinha e assim foi. Minha mãe segurava minha cabeça, eu botei música no ouvido, fiquei olhando para o teto, e só de lembrar daquela agulha no meu braço eu choro em cima do teclado. Alguém aí que não tem medo de agulha pode até aceitar, mas absolutamente não vai entender.
O choro da menina em relação aos palhaços foi dolorido igual ao meu com relação às agulhas. A minha irmã absolutamente não entende como eu posso entrar no avião sem medo nenhum. Eu tenho uma prima, repito, que não gosta de cocadas. E conheço até, pasmem, muita gente que não gosta de ler. Pensar naquele clichê de “como as pessoas são diferentes” nunca vai parar de me deixar intrigadíssima – e maravilhada, ao mesmo tempo. E não necessariamente nessa ordem.
sexta-feira, 17 de outubro de 2014
Taylor Swift Book Tag
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
4. A menina que quer ser jornalista
Se tem uma coisa da qual não posso reclamar do meu trabalho (não que hajam muitas da quais eu possa) é que estamos sempre caindo na rotina. Trabalhar numa academia de artes faz com que você viva de tudo um pouco e acabe encontrando pelos corredores gente perambulando de figurino e até o colega de trabalho que teve de pintar o cabelo (e a barba!) de cor de laranja para interpretar algum personagem.
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
Apertem os cintos – O verão chegou
quinta-feira, 2 de outubro de 2014
3. O dono da bola (de cristal)
No meu primeiro ano de faculdade eu tinha a matéria de fotojornalismo. O cara era um bom fotógrafo, mas um professor ruim. Talvez, sinceramente, eu tenha preferido um professor bom, mesmo que fosse um fotógrafo meia boca. Na sala de aula, tenho mais aflição de gente que tem conteúdo demais e didática de menos que o contrário.