você tem os olhos da sua mãe.
Azuis. Feito duas bolas de gude. Feito os meus, também. Seus olhos são lindos,
mas não é por causa da cor, não. Cor é exterior, sabe? Quem quiser compra uma
lente azul, coloca e fim: olhos azuis. Os seus são bonitos por um milhão de
outros motivos e o maior deles é o fato deles serem seus.
Você tem os olhos da sua mãe, e é
a cara do seu pai, Nina. Tirando, é claro, os cabelos lindos e ruivos que você
puxou de algum outro canto. Seus cabelos são finos, maravilhosos, laranjas e
únicos, como você. Eles são fininhos e vivem embaraçando. Como os meus.
Você tem os olhos da sua mãe, é a
cara do seu pai e acorda mau humorada. Tira seu soninho da tarde e aparece no
meio da sala em algum momento, após acordar, onde todos estão conversando,
fazendo barulho, rolando no chão. Você observa a cena de longe, com os olhos entre
abertos e um bico bem sério. Os cabelos bagunçadíssimos.
Outro dia você acordou de um sono
desses e apareceu na sala. Me viu, veio correndo, deitou no meu colo, enfiou a
cabeça no meu braço, fechou os olhos de novo e miou. Miou com seu jeitinho de
miar. Eu miei de volta, porque não tinha outra expressão melhor para mostrar o
quanto eu te amo. O quanto eu amo você enfiando a cabeça nos meus braços para
se esconder do mundo.
Marina, você tem os olhos da sua
mãe, é a cara do seu pai, acorda mau humorada, tem quase 3 anos e é um bebezão.
Como eu amo isso. Sua irmã, aos 10 meses, vinha correndo até mim e me chamava
de Lu. Com 1 ano e 2 meses me chamava para brincar, usando o português quase
correto. Você, com 10 meses nem me dava bola. Com 1 ano e 2 meses, pouco se
entendia do que você tentava falar. Você é um bebezão, e puxa, que delícia é você,
com quase 3 anos, roçando o rostinho na gente com chupeta na boca. Aliás,
chupeta não: peta di cuúja, por favor.
Cada pessoa tem uma função na
nossa vida, Nina, saiba desde já. Sua irmã é minha melhor amiga; meu porto
seguro. Ela me re-ensinou a sorrir quando os músculos da bochecha pareciam mais
pesados que o normal. Ela me puxa pelos cabelos, grita no meu ouvido, parece um
furacão e vira tudo do avesso. Ela nasceu de olhos abertos e acorda pulando. Seu priminho é o dono do meu coração; eu esperei por ele a minha vida toda e isso é
muito tempo. Ele nasceu com os olhos meio abertos e ele passeia entre a
agitação e a preguicinha. Você é diferente. Você se aninha em mim quando tem
vontade, passa as páginas do livro devagar, grita quando é contrariada. Você
nasceu de olhos fechados e demorou dias para se convencer a abri-los. É isso
também que você faz quando acorda: demora a se convencer de que a vida está aí.
A Anna é minha melhor amiga. O Ricardo é o dono do meu coração. Você é o meu
xodó. E enquanto você comemorar minhas chegadas, lamentar minhas saídas e se
aninhar em mim quando está de preguicinha, enquanto tudo isso acontecer, meu
amor, eu saberei que está tudo indo muito bem.
Ai meu deus, como não amar as crianças de Analu? Todas tão lindas e tão únicas. Adoro conhecer um pouquinho delas através de ti, Analu.
ResponderExcluirMarina é uma princesa, essa coisinha ruiva que da vontade de apertar.
E pfvr, ABINHO pra sempre. <3
Beijo!
Eu já li seu blog de cabo a rabo (sério) e apesar de amar seus textos de forma geral, quando você tira pra falar sobre as crianças eu me derreto toda. E olha que eu nem sou assim tão fã de crianças. Sou a Ana não-quero-ter-filhos Luíza e no entanto, quando venho aqui e leio um texto desses, fico com vontade de parir um monte de pirralhinhos. O amor transborda aqui pro outro lado, sabe? É lindo, igual a Marina ♥
ResponderExcluirQue coisa linda esse seu texto! Cara, eu juro que eu me emocionei. Parabéns!
ResponderExcluirQue texto absolutamente delicioso!
ResponderExcluirTava sentindo falta desses nenéns Bussular por aqui <3
(é muita loucura eu dizer que fico imaginando como vão ser as coisas que você vai escrever pra Clarinha? HAHAHA)
te amo <3
Ai que texto mais lindo Ana!
ResponderExcluirLi sentindo uma doçura aqui no coração incrível.
Nina, você é linda!
Ana, você tem sorte, e a Nina, o Ricardo e a Anna também.
Sim essas mini-jóias entram na nossa vida sem pedir licença alguns entram batendo delicadamente na porta e outras simplesmente arrombam e entram na nossa vida sem ao menos pedir licença hahaha
ResponderExcluirEntendi o seu texto anterior e repito:"Não existe neutralidade... "
Sei nem o que comentar, que lindo, Analu ♥
ResponderExcluir♥
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