Eu contei nesse post que minha “colega de ponto de ônibus” tinha me convidado para ir a uma mesa redonda sobre mulheres no jornalismo. Chamei umas colegas e 2 animaram. Resolvemos de última hora: A “colega” tinha dito que tinha que chegar 8h30min para fazer a inscrição. Conseguimos sair da facul 8h25. Ainda por cima entramos no ônibus errado. Quando a cobradora nos falou, pulamos fora, mas já era o terceiro ponto. Iríamos voltar pra PUC pra pegar o ônibus certo, e eu já tinha praticamente certeza de que estávamos era matando a aula de português à toa, porque JAMAIS chegaríamos na federal a tempo. Liguei para minha mãe para dar uma bronca nela, afinal, eu iria pegar o ônibus certo e ela me deu a dica do errado. Acho que bateu o peso na consciência dela, e como ela estava ali por perto, disse que podia levar a gente. Primeiro um pequeno parto para ela entender onde estávamos. Assim que ela nos achou, entramos no carro, e foi outro parto para acharmos o lugar. Eu já falei pra ela que precisamos comprar um GPS, mas ninguém me dá ouvidos. Enfim, depois de pedir informação numa banquinha (que sorte que não era papai dirigindo, ele não pediria informação jamais) e conseguimos chegar na frente da federal 9h02. Corremos pro auditório e respiramos aliviadas, porque tudo lá estava mega tranquilo. Nos inscrevemos, sentamos, e uns 5 minutos depois já começou. Foi muito bom, estavam lá 5 mulheres tipo pioneiras no jornalismo paranaense. Uma era mais nova, as outras davam verdadeiras aulas de história! Uma estava no primeiro dia em seu emprego novo quando foi promulgado o AI5! A outra foi presa por militância na época da ditadura.. Além disso, elas contaram em como nem existiam banheiros femininos nas redações, e que uma delas desistiu da minissaia, pois os colegas de trabalho não paravam de “comê-la com os olhos”. Sim, foi isso que disse a velhinha. Muito divertido, minha avó jamais diria isso, hahaha. Foi legal pensar ali em todas as conquistas das mulheres nesse meio, e pensar que, quando Mara Cordel, a mais nova delas, foi prestar vestibular, teve que mentir que era para jornalismo pois o pai disse que nesse meio só haviam bêbados e putas, e que isso não era trabalho para moça de família! Hoje dos um pouco mais de 40 alunos da minha sala, posso contar 7 homens. O mundo gira hein?
Falando ainda sobre esse post, comentei que a tal colega do ponto de ônibus tinha cara de Juliana. Errei, o nome dela é Fernanda, hehe. Intuição feminina #fail.
Agora falando sobre as tais outras coisas. Deixei o blog largado desde segunda porque amo friends e queria deixar aquele post mais tempo no ar estou na maior correria com o teatro. Nossa peça estréia na quarta-feira, e estamos numa maratona de ensaios. Ontem cheguei em casa morta! Mas no meio da zona, claro, nos divertimos. Ensaiando na sala de aula, arrumamos um mísero espaço para nós, meninas, trocarmos de roupa. Somos 6. Os meninos é que se virem e se troquem no meio da sala, nós exigimos mais privacidade. Ok. Tentem imaginar 6 meninas tendo que se trocar em tipo, 50 segundos, em um cúbiculo onde não caberiam 4 pessoas sentadas. Era uma L-O-U-C-U-R-A! Sei que as roupas que tirávamos eram abduzidas pela zona, e que eu perdi um pé do meu sapato lá no meio no mínimo umas 5 vezes. Espero que consigamos deixar nossa coxia mais organizada no dia da peça, hahaha.
Você contando aí vem aquele pensamento - realmente as mulheres fizeram grandes conquistas - e cada vez tendemos a conquistar mais e mais.
ResponderExcluirOntem assisti a peça Simplismente Eu, com Beth Goulart, interpretando Clarice Lispector. Se você não assistiu e tiver a oportunidade de assistir não perca.
abraço, bom final de semana. E boa estréia.
Gostei do blog (;
ResponderExcluirMe arrepiei ao ler a parte onde você conta que uma das mulheres pioneiras começou no novo emprego quando o AI5 foi promulgado: Um dos piores atos institucionais da Ditadura. O mais cruel e repressor de todos eles. Certamente esta mulher deve ter muita história para contar. Não era fácil ser jornalista ou professor naquela época. Porque ambos sempre tiveram um grande compromisso com a verdade. (Ao menos os que estão na profissão por paixão).
ResponderExcluirPois é, Ana... acho que muitas profissões tiveram que ser conquistadas pelas mulheres. Lendo o que você escreveu sobre o jornalismo, lembrei também da enfermagem.
ResponderExcluirGraças à "época negra" da enfermagem, em que prostitutas chegaram a cuidar dos soldados (pois ninguém queria trabalhar com isso), ficamos com o título de "vagabas" até hoje! Pensa como era décadas atrás! E é bonito demais ver que mulheres fortes assim superaram dificuldades e preconceitos e se tornaram ícones que hoje, tem tanto a nos ensinar!
Um beijo e bom fim de semana, lindona!
Foi você falar na palestra que eu já lembro do coffee break e do delicioso bolo de coco *____*
ResponderExcluirMas SIM, eu amei a palestra e ri muuuito com a Teresinha Cardoso. Eu tava pesquisando sobre a Teresa Urban (que foi presa na ditadura), e ela é muito bem conceituada, viu? Mas também, pra passar pelo o que ela passou, já é digna de respeito e admiração.
Ahh, e nos avise certinho o dia da sua peça pra nóóós, digníssimas DIVAS podermos conferir *____*
Beeijos Ana!
Parece ter sido boa, essa mesa redonda! Aqui na facul, a gente tem Seminários por quatro semestres... São vários convidados e vários assuntos. Infelizmente, já passei desses quatro semestres e se quiser assistir alguem, tenho que matar aula... Mas nunca me organizo bem pra isso... hehehe
ResponderExcluirNossa Ana, deve ter sido muito boa essa mesa redonda. Adoro coisas que falam da ditadura. Pode soar meio estranho, mas eu gosto, acho muito interessante. É um período que determina muito da nossa história.
ResponderExcluirBoa sorte com a correria do teatro. Depois nos conta como foi a peça! :D
beijos
Que emoção essa mesa redonda *--*
ResponderExcluirE... Chegaremos 2 horas antes no teatro pra que mesmo? Pra arrumar nossa coxia!!!! Tem que estar tudo milimetricamente arrumado, pois tem que ser silencioso e no escuro ainda. Nessa pessoa nos revelaremos ninjas para tirar e colocar roupas.hahah
Fazia tempo que eu não comentava... Beijos aninha ;**