Suponhamos que não são 3 horas da manhã e que eu não tenho que acordar às 8h30 para ensaiar. Suponhamos também que eu não devesse estar dormindo com o texto decorado ao invés de estar aqui, escrevendo bobagens. Adorei essas suposições.
Como eu sou uma transgressora de regras, ao invés de dormir, estudar o texto, ou estar na balada, eu estava no facebook conversando com minha amiga felizmente encontrada sobre um assunto muito sério e importante para o futuro da sociedade, só que não, era sobre Instagram mesmo. O pior: ~Instagrans de famosos~ . Porque EGO é para fracos na era do Inxtatreco. O negócio é você mesma seguir a pessoa e se maravilhar com as fotos que nem precisaram de um paparazzi para serem tiradas.
E tudo estava muito bom e stalkermente divertidíssimo enquanto eu brincava de Giba, Jayme Matarazzo e Otaviano Costa, até que eu lembrei dele. Dele. Mateus. Mateus, o moço do sorriso lindo que me ganhou desde a primeira chamada que vi na televisão quando Maysa estava para estrear. Mateus Solano, o amor platônico mais sério da minha vida, o que mais me machuca e me aperta o coração. Lembrei dele, e mesmo imaginando a dor, perguntei pra Anna se ele tinha Instagram. Ela, que é stalker profissional, obviamente sabia que sim, e já me respondeu da seguinte maneira: SIM, mas eu parei de seguir por motivos de ‘dói demais’.
Eu sabia que certamente doeria demais. Mas eu sou assumidamente sadomasoquista quando se trata de Mateus, então, fui procurar sarna pra me coçar. Lembrando que é madrugada de sábado pra domingo, eu devia estar na balada, ou dormindo, ou estudando o texto do Submarino Amarelo, mas não, eu estava de moletom debaixo do edredom (e ainda estou), com o Instagram aberto no google chrome, escrevendo @mateusolano no campo de pesquisa. E… O instagram dele agora é bloqueado.
Sim, esse podia ser o fim da história, mas eu insisti e fui caçar o twitter dele (estou aprendendo tudo isso na escola Anna Vitória de stalkers). Que não é bloqueado. Não é bloqueado, e todas as fotos do Instagram também aparecem lá, então, tudo bem. E foi bem aí que eu passei alguns minutos dando asas para a minha dor. Até que comecei a dar de cara com twittes onde ele comemorava 1 ano de casamento chamando a esposa dele de ‘meu doce’, ou twittes dela dizendo que o dia tinha sido ruim, mas que tudo bem, porque agora ela ia jantar com seu marido lindo. Eu já estava quase em posição fetal de dor quando cheguei ao meu limite vendo uma foto dela com a filha dos dois no colo. A Flora é a cara dele. E isso não é justo, porque a Clara devia ser a cara dele. Clara. A minha filha que vai nascer daqui a alguns anos. Ela devia ter a cara dele.
E então eu fechei tudo o que estava fuçando pra parar de sofrer de platonismo agudo, porque isso é muito feio, e isso as adolescentes fazem aos 14 anos, quando eu não fazia e me achava super madura. Todo meu amadurecimento foi por água abaixo desde que eu coloquei os olhos em Mateus pela primeira vez, e então, basta eu dar de cara com ele na propaganda da Hering enquanto ando inocentemente pelo shopping pra não conseguir pensar em outra coisa por pelo menos 10 minutos, e sentir aquele aperto no coração. O mundo é mesmo muito injusto. E eu nunca devia ter ouvido falar de Mateus Solano.
Simplesmente por motivos de ‘dói demais’.