Sábado amanheceu com chuvinha e frio. Saí pra almoçar, fui a uma reunião, cheguei em casa e cacei direto o rumo do chuveiro, de onde saí quente, com meia e moletom, e obviamente, fui direto para debaixo do edredom. Devia ser umas 16h. Eu não sou cinéfila, você sabem, mas começou a me dar vontade de ver uma porção de filmes, que eu nem sabia quais eram. Aí me deu vontade de me enfiar numa locadora e ficar namorando as estantes de DVDS decidindo o que eu ia levar. Pra isso eu precisaria levantar da cama, mudar de roupa, sair no frio (e talvez na chuva)e descer as 4 ou 5 quadras que me separam da locadora. Muito empenho.
Achei que minha irmã não ia topar, então resolvi chamar ela pra ir comigo. Ela obviamente não iria topar, então eu teria a minha desculpa para não ceder aos meus impulsos: Não teria companhia. Acontece que ela topou. Então só me restou levantar da cama, calçar o tênis, pegar guarda-chuva, celular, cartão do papai dinheiro, e descer. Sim, desisti de trocar de roupa, e fui de moletom mesmo.
Me senti ‘a cinéfila do pedaço’, entrando na locadora de moletom em um sábado a noite. Ta, agora, escrevendo, me senti uma forever alone, mas na hora me senti feliz. A locadora estava lotada. Tinha tudo o quanto era tipo de gente e agrupamentos. Fui caçar um filme ali, outro aqui, acabei conhecendo um atendente fofinho e tímido, que mal olhava no meu olho, mas que saiu me indicando uma porção de dramas. Quase trouxe os dramas e ele, pra assistir junto comigo.
No fim das contas, minha “criteriosa” seleção estava cheia de filmes fofinhos e pouco dramáticos. Saímos da locadora e fomos pro supermercado comprar bala, pipoca, e leite condensado. Olha o naipe da programação para o feriado.
Minha amiga veio aqui pra casa, e acabou-se que eu, Helena e ela, depois de comermos pizza até explodir (eu, principalmente) nos jogamos no sofá com edredom e pacotes de bala. O saldo da madrugada foi Amélie Poulain, 500 dias com ela e Diário de uma paixão. Domingo de tarde assistimos Sexo sem compromisso.
Não tenho muita paciência pra Nicolas Sparks, e confesso que dei umas cochiladas no Diário de uma paixão. Mas o post todo era pra falar sobre Amélie e Nino, Summer e Tom, Emma e Adam. Porque gente, foi muito açúcar pro meu coração em um final de semana só. E eu nem estou falando das balas.
Comecei com Amélie, que eu já tinha visto. Me derreti como se fosse a primeira vez, e estou ouvindo a música até agora. O filme tem todo aquele jeitinho doce de ser, que parece ser devagar quase parando, mas as coisas acontecem sem que a gente nem perceba, e de repente, lá estão Amélie e Nino com os ouvidinhos colados um de cada lado da porta. Me arrepio todinha. Quando ele entra, e então, os dois, sem falar uma palavra, se amam tão lindamente que meu coração só falta pular do peito e entrar na tela daquela televisão. Pra mim, esse filme é dono da “cena de sexo” mais pura da história do cinema. Nino deitado no peito de Amélie, com os olhinhos fechados e o semblante sereno, enquanto ela acaricia seu cabelo e sorri de forma tão leve me colocam no rosto um sorriso de orelha a orelha. Mais acolhedor e doce impossível.
Então vieram Summer e Tom, que, podem arremessar pedras e dizer que de doce não tem nada, mas pra mim, tem. Dá um pouco de dó do Tom, mas ainda assim, eu acho que uma relação não tem que ser eterna para dar certo. E eu acho sim que os dois foram lindos enquanto duraram, sendo cada um do seu jeitinho. Não consigo resistir a sorrir com toda a alegria de Summer, que parece não conseguir parar de se mexer um segundo. Acho lindo ela ter encontrado em um homem aquilo que nunca tinha procurado, mesmo esse homem não sendo o Tom. Eu acho a Summer verdadeira com si mesma como poucas pessoas que vemos por aí. E sempre vou me encantar quando ela disser, com toda a sinceridade do mundo e aquele sorriso de olhos e lábios, que o que acontece com os namoros que deram errado é a mesma coisa que sempre acontece: A vida.
Hoje chegaram Emma e Adam, esses sim, no meu caso, inéditos. Me apaixonei como nunca pelo Ashton, e achei o filme uma graça. A relação dos 2 me apontava a de Summer e Tom em grande parte do tempo, só que, de forma diferente, esses me davam calafrios no sofá enquanto eu via o filme e tinha a certeza de que se eles não terminassem juntos eu ia me revoltar. Porque ela diz que não sabe se relacionar, mas ama. Ama e resiste. E dá pra ver aquilo nos olhos dela enquanto ele faz de tudo pra encantá-la, entregando um buquê de cenouras só porque ela não queria flores de jeito nenhum. Passei nervoso com as idas e vindas, o choro veio quente na minha garganta quando ela chega na casa dele e fica escondida atrás do arbusto vendo ele entrar com outra, mas meu coração ficou acalentado como se eu tivesse derrubado uma xícara de chocolate quente nele a hora que eles se dão as mãos e o filme acaba. DOCE.
E assim eu estou agora, ainda curtindo um moletom, um edredom, uma musiquinha de Amélie Poulain, e, claro, sonhando acordada, né, gente, porque eu sou praticamente a última das românticas e ainda acredito que posso esbarrar com meu Nino/Tom/Adam pelas esquinas dessa vida. Ao contrário do que diz aquela quote mais famosa do filme, para mim…
… times are NEVER hard for dreamers.