É que assim, eu sou noveleira, sabe. Um dia eu fui mais, com certeza. Aí eu entrei de cabeça em uma rotina que inclui faculdade de manhã, estágio a tarde, teatro a noite, e aí já viu. Praticamente não ligo a televisão.
Acontece que eu sou noveleira no espírito, sabe? Uma história bonitinha de novela me vence rapidinho, e aí eu já me pego pensando em como estão as coisas, em como aquele casal deve estar. Porque né, isso é fato, sempre tem um casal. Na verdade, vários, mas sempre tem AQUELE casal, que é a peça chave da novela inteira. Eis o motivo desse post.
Em teoria, eu não tenho mais tempo de ver novela. Acontece que chegaram as férias, e a falta da faculdade e do teatro me deram um tempinho extra. Junto com isso, a dona Anna Vitória fez-me o favor de ficar falando de O Clone no twitter. Eu já morria de vontade de assistir, e tinha, inclusive, baixado e assistido os primeiros 20 capítulos, nas férias de verão. Depois eu fiquei com preguiça de continuar, mas sempre me dava aquela vontadezinha. Pois bem. Depois de tanto a Anna falar, e eu morrer de vontade de ver, recomecei a baixar. Acabei de assistir o capítulo 46, obviamente estou completamente atrasada em relação aos que assistem pela Globo.
O capítulo 46 terminou basicamente com uma longa troca de olhares, em uma cena que deve ter durado mais de 1 minuto, sem fala, só com a troca de olhares entre 2 personagens, sendo que cada um estava de um lado da rua, e carros passavam no meio.
Um olhar, gente. Um olhar. E aquela música maravilhosa que embala as cenas de Jade e Lucas né. Só de ver os 2 ali, com aquela música, eu já me arrepio toda. Quando eles se encostam então, capaz de sair faísca, tamanha química.
Era assim também com Zuca e Luís, em Cabocla, 2004. Só de ouvir a música deles eu sorrio, até hoje, de lembrar. Os desencontros deles doíam em mim, de verdade, porque eles se amavam tanto, que a gente sentia também.
Do mesmo jeito que foi com Edu e Clara em Coração de Estudante. Deles eu prefiro nem falar muito, porque são me casal de novela favorito de todos os tempos. Mas sei que assisti uma das declarações dele pra ela 1 milhão de vezes, e se assistir agora, vou me encantar do mesmo jeito. E só de ouvir os primeiros toques de “Wherever you will go” eu já lembro deles e me encanto.
Pra não mentir e dizer que nunca assisti malhação, assisti sim. Uma temporada. Betina e Bernardo. E céus, como rolei na cama de angústia enquanto eles não se acertavam. O que foi a declaração de Betina no alto-falante do aeroporto pedindo que Bernardo não viajasse? Incrível!
Meu último exemplo vai ser o casal Bel e Duda, de Cobras e Lagartos.. Incrível também, os desencontros deles me deixavam indignada, e eu ficava puta a cada capítulo que acabava sem que eles finalmente estivessem juntos. A música que os embalava era “Pra ser sincero”, e eu também não consigo ouvir sem ver a imagem dos dois.
Essas novelas todas são de 2006 pra trás. Eu sei, nem é tão antigamente assim, só 5 anos, que fizeram toda diferença, ao meu ver.
Esses casais aí tinham em comum o fato de que eu me arrepiava só de olhar. Parece que dava pra nós sentirmos o que eles sentiam, embarcar total naquela paixão, e sofrer quando eles não estavam juntos.
Não quero dar uma de nostálgica e dizer que só tinha coisa boa antes, porque, embora eu não esteja assistindo muita novela agora, acredito que deva ter algum ou outro casal que se salva, mas gente, que aconteceu com a química desse povo em cena? Pelas pouquíssimas cenas que vi do começo de Insensato coração, aquela Marina e aquele Pedro têm tão pouca química que chega a ser ridículo.
Viver a vida eu assisti inteira, e não arrepiei com nada. A declaração de Miguel pra Luciana foi o que chegou mais perto daquilo, mas foi linda só pelas palavras. Química não tinha nenhuma. E eu queria o Miguel pra mim.
Vou falar então de Escrito nas estrelas, que vi inteira também. Viviane e Ricardo. Nada. Cada beijinho sem graça, sem brincadeira. Ficava muito mais feliz quando ele beijava a Jane. Nela eu sentia veracidade no amor, mas né, ele nem ficou com ela no final.
Nem vou falar dos casais atuais de malhação, porque só de ver a propaganda já me dá vontade de explodir.
Enfim, essa é uma reclamação de uma apaixonada por casais da ficção: Galera, por favor! Assistam as novelas mais antigas e tentem aprender com eles. Não tô falando que é fácil, porque não deve ser MESMO. Eu fiz pouquíssimas cenas de casal nessa minha curtíssima jornada de teatro, e sei que é difícil pra burro. Mas eu tô só começando, não tô segurando nenhuma novela nas costas e não tenho nada com isso. Só quero assistir e ter a chance de suspirar, como estou fazendo com Jade e Lucas, e como fiz tantas vezes com os outros que citei.
“Somente por amor, a gente põe a mão, no fogo da paixão, e deixa se queimar, somente por amor.. movemos terra e céu, rasgando os sete véus.. saltamos do abismo, sem olhar pra trás, somente por amor.. a vida se refaz, e a morte não é mais… pra nós.”